Estamos vivenciando uma das piores estiagens dos últimos anos no estado do Rio Grande do Sul, e mesmo que venham as chuvas marcadas para os próximos dias certamente não irá normalizar os níveis de água no solo e nos cursos d’água tão cedo.
Desta vez, se trata de um evento em nível estadual e que atinge outros estados do sul do Brasil e países vizinhos. Pois, quase 50% dos municípios gaúchos já decretaram estado de emergência. Sabe-se que quando estes episódios acontecem os maiores prejudicados são os agricultores e empreendedores diretamente ligados ao setor. Mas, além disso, um evento destas proporções traz, certamente, repercussão para toda uma cadeia da economia e atinge de forma direta ou indiretamente quase toda a população da região.
Afinal, ao não produzir, ou produzir menos, o agricultor diminui a sua renda e seu poder de compra, além de aumentar o poder de endividamento. As empresas ligadas ao setor na mesma proporção diminuem as vendas e ganhos. Com isso os insumos não produzidos aqui na região, especialmente ligados à alimentação humana e animal, aumentam o valor ao serem trazidos de fora. O valor destes produtos aumenta no mercado, e o consumidor urbano diminui o seu poder de compra.
Com isso, de um modo em geral, o comércio diminui as vendas, seus funcionários os respectivos ganhos e assim vai. Para um período pós-pandemia, onde a expectativa era para a retomada do crescimento da economia, aparece mais este problema que agora atinge ao setor que durante o pico da pandemia segurou as pontas em relação ao PIB e economia na região e no Brasil. Ainda tem os problemas ambientais, como os incêndios, a falta de água para dessedentação animal, os baixos níveis de água nos reservatórios e tudo mais.
Resumindo, passamos agora por um problema de cunho social, ambiental e econômico, que repercute negativamente na sustentabilidade ambiental da região.