Lidar e reconhecer sentimentos nos dias de hoje pode ser algo bastante difícil de realizar, ainda mais trabalhar no controle deles. A inteligência emocional é um atributo que todos possuem que é justamente a capacidade de compreender e gerenciar as emoções.

“O conceito de Inteligência Emocional é definida como a capacidade do indivíduo monitorar os sentimentos e as emoções dos outros e os seus, de discriminá-los e de utilizar essa informação para guiar o próprio pensamento e as ações. A inteligência emocional vem a ser mecanismos cognitivos e emocionais que processam aspectos do Eu, do mundo e do Eu no mundo”, explica a Psicóloga Clínica e Organizacional Daniara Wolf Kerkhoff.

No caso, a inteligência emocional vem a ser uma habilidade mental, mais especificamente como uma forma de inteligência social. A capacidade de perceber, de avaliar e de expressar emoções; a capacidade de perceber e/ou gerar sentimentos quando eles facilitam e possibilitam o pensamento; a capacidade de compreender a emoção e o conhecimento emocional; e a capacidade de controlar emoções para promover o crescimento emocional e intelectual.

Alguns autores propõem a existência de um processamento de informações emocionais que são representados por quatro capacidades: 1) percepção acurada das emoções; 2) uso da emoção para facilitar o pensamento, a criatividade e resolução de problemas; 3) compreensão das emoções; 4) gerenciamento emocional.

As emoções nos guiam quando enfrentamos provações e tarefas importantes para serem deixadas no consciente. O perigo, a dor de uma perda, a persistência numa meta apesar das frustrações, a ligação com um companheiro, a formação de uma família são exemplos disso. Cada emoção oferece uma disposição distinta para agir. Cada uma nos põe numa direção nos recorrentes desafios da vida humana.

“Quando se trata do aspecto de análise das nossas decisões e ações, o sentimento conta mais que o pensamento. Ao realizarmos uma avaliação de encontro pessoal, as nossas respostas são moldadas não apenas por nossos julgamentos racionais ou nossa história pessoal, mas sim o sentir que está relacionado a estes encontros. Todas as emoções são impulsos para agir. A própria raiz da palavra emoção é movere, “mover” em latim, mais o prefixo “e-”, para denotar “afastar-se”, indicando que uma tendência a agir está implícita em toda emoção. Existe uma dicotomia emocional/racional onde aproxima-se da distinção popular entre “coração” e “cabeça”. Quando dizemos que alguma coisa é certa “aqui dentro do coração”, geramos uma convicção, que desencadeia uma certeza no nosso racional”, diz Daniara Kerkhoff complementando que quanto mais intenso o sentimento, mais dominante se toma a mente emocional e mais intelectual a racional.

Inteligência interpessoal, então, é a capacidade de compreender outras pessoas: o que as motiva, como trabalham e como trabalhar cooperativamente com elas. Pessoal de vendas, políticos, professores, clínicos e líderes religiosos bem-sucedidos provavelmente são todos indivíduos com altos graus de inteligência interpessoal. A inteligência intrapessoal é uma aptidão correlata, voltada para dentro. É uma capacidade de formar um modelo preciso, verídico, de si mesmo, e poder usá-lo para agir eficazmente na vida. A inteligência interpessoal inclui “a capacidade de discernir e responder adequadamente aos estados de espírito, temperamentos, motivações e desejos de outras pessoas”. Na inteligência intrapessoal, chave do autoconhecimento, ele incluiu “acesso a aos próprios sentimentos e a capacidade de discriminá-los e usá-los para orientar o comportamento.

“Alguns de nós estão mais sintonizados com os modos simbólicos especiais da mente como a poesia, a música e a fábula, são todos moldados na linguagem do coração. Também os sonhos e mitos seguem a lógica da mente emocional. A sintonia interna nos torna mais talentosos para expressar a “sabedoria do inconsciente” os significados que sentimos em nossos sonhos e fantasias, os quais são símbolos que encarnam os nossos desejos. Como Freud (pai da Psicanálise) tornou claro: grande parte da vida emocional é inconsciente; os sentimentos que se agitam dentro de nós nem sempre cruzam o limiar da consciência. Muitas vezes não entendemos porque gostamos de determinadas coisas, mas se analisarmos mais profundamente, podemos encontrar respostas inconscientes para como reagimos frente as nossas emoções”, relata a psicóloga.

As emoções podem em algumas situações atrapalham, mas também aumentam a capacidade de pensar e fazer planos, de seguir treinando para alcançar uma meta distante, solucionar problemas e outras situações, de modo que venham a determinar como lidamos na vida. É nesse sentido que a inteligência emocional é uma aptidão mestra, uma capacidade que afeta profundamente todas as outras, facilitando ou interferindo com elas. A vida é cheia de desafios diários: metas, prazos, reuniões, família, filhos, relacionamentos, saúde e inúmeras decisões a serem tomadas. Em qualquer âmbito da vida, as pessoas estão sendo observadas, avaliadas e cobradas o tempo todo, o que faz com que todos vivam em uma pressão constante.

Este é um contexto que pode ser muito estressante e desgastante. Isso acontece porque as emoções estão em toda parte, e todas as pessoas vivem direta ou indiretamente sob o impacto delas. Depressão, estresse, ansiedade, insegurança e compulsão são alguns sintomas que sinalizam como estamos considerando as emoções.

Podemos pensar em alguns aspectos que podem contribuir com o desenvolvimento da Inteligência Emocional, como:

• Aumento da autoestima e autoconfiança;

• Redução de conflitos em relacionamentos interpessoais;

• Direcionamento competente das emoções;

• Aumento do nível de comprometimento com metas de vida;

• Senso de responsabilidade e melhor visão de futuro;

• Compreensão da visão de mundo e dos sentimentos das outras pessoas;

• Enriquecimento dos relacionamentos interpessoais;

• Equilíbrio Emocional;

• Desenvolvimento da comunicação e poder de influência;

• Aumento do nível de felicidade;

• Superação de barreiras;

• Clareza nos objetivos e ações;

• Melhora na comunicação e em seu poder de influência;

• Melhora na capacidade de tomada de decisão;

• Melhor administração do tempo e melhora significativa da produtividade;

• Diminuição dos níveis de estresse;

• Maior realização pessoal, familiar e profissional;

• Aumento da qualidade de vida, mais disposição, vitalidade e bem-estar;

Saber controlar e utilizar essa inteligência a seu favor pode ajudar muito na vida de cada indivíduo. Afinal, as emoções determinam como será a reação sobre determinada situação e como irá resolver. Tendo uma mente treinada para conseguir equilibrar e usar os sentimentos para seu benefício vem a calhar nos relacionamentos e no trabalho, por exemplo, sabendo como enfrentar os problemas e lidar com as outras pessoas. “Saber reconhecer as emoções e como elas influenciam suas ações é fundamental para ter mais qualidade de vida e equilíbrio. O que muitos não sabem é que todas as pessoas possuem a habilidade de desenvolver cada uma de suas emoções — conhecendo, percebendo e administrando melhor os estímulos que chegam ao cérebro emocional”, fala Daniara e finaliza afirmando que buscar profissionais que ajudem você a entender as suas emoções, podem contribuir para que você se encontre com você mesmo e desenvolva as suas habilidades.