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Início esta matéria repetindo quase que literalmente o que disse Hamilton Mourão, presidente em exercício do Brasil, reportando-se a tragédia de Brumadinho: ‘administrativamente a pena tem de doer no bolso, criminalmente a responsabilidade deve ser apurada; diante de quase 300 vitimas não dá para perdoar ninguém’. Palmas ao general, pois a tragédia é um repeteco do que aconteceu em Mariana mas, lamentávelmente, passados três anos nada foi aprendido até acontecer a de Brumadinho.

Nesta última infeliz ocorrência (eu não a considero um acidente), uma vez apurada uma das formas de culpa, no caso, negligência (batizada de culpa in vigilando pelos romanos), uma pesada multa, mas pesada mesmo deve ser aplicada a VALE e uma prisão exemplar aos seus agentes, sócios, diretores, etc. Se isso tivesse acontecido já na tragédia de Mariana, é possível que nós os brasileiros não estivéssemos vivendo a dor que nossos irmãos, parentes das vítimas estão amargando.

Abri os jornais de hoje e tive certo conforto ao saber que a Justiça de Minas bloqueia R$11bilhões da VALE só para socorro a vitimas. Isso é pouco, muito pouco, representa apenas o lucro dos três primeiros trimestres da mineradora em 2018, além do que, além dos danos causados com o desparecimento de pessoas – seres humanos – deslocando a crise para uma crise humana, desestruturando famílias e a economia do local, temos que considerar o prejuízo e o afetamento da marca Brasil perante o mundo, principalmente nas questões ambientais seriamente comprometidas com esses desastres. O drama de Brumadinho é inesgotável, é de luto, o lugar foi atropelado por toneladas de lama despejadas sobre casas, estradas, rios plantações, etc, é um tempo de raiva, aflição e luto. Não só eu digo isso, leiam ZH, 28,29 de janeiro (em várias fls).

Não estou instigando os leitores, estou cumprindo a minha função jornalística com isenção e sem sensacionalismo. Mas creio que trezentas vítimas, trezentos irmãos e irmãs nossos desaparecidos, em nome do lucro e da ganância de mineradoras inescrupulosas acobertadas por governantes incapazes e despreparados (para não dizer, cúmplices), não podem valer apenas o valor das penas pecuniárias aplicadas a VALE. Para terminar, espero e torço que além de multas, bloqueios de dinheiro, etc., tem que haver no caso desta matéria, uma cana exemplar, muita cana, muitos agentes públicos e privados acordando todos os dias vendo o sol nascer quadrado, com uma enorme dor no bolso.

Até sábado.

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