Home»Medicina & Saúde»Casos de Sífilis preocupam Santa Rosa

Casos de Sífilis preocupam Santa Rosa

Não é de hoje que existe a preocupação com doenças sexualmente transmissíveis...

0
Shares
Pinterest Google+

Não é de hoje que existe a preocupação com doenças sexualmente transmissíveis, porém, em oposição a isso, os números de epidemias de DST sempre aparecem expandindo. Os casos de sífilis estão se tornando uma problemática muito significativa e merece ganhar destaque na região. Em Santa Rosa, conforme a responsável pela Vigilância Epidemiológica da Fundação Municipal de Saúde (FUMSSAR), Kátia Kaffka do Reis, foi a partir de 2014 em diante que começou os aumentos de casos notificados. De 2015 para 2016 houve um acréscimo de 64%, e no ano de 2017 o número se manteve instável. Em 2018, em compensação, já aponta 18 ocorrências, sendo destas, 3 gestantes. “A sífilis está sendo classificada como uma epidemia. É preciso considerar que com o aumento da cobertura de testagem, principalmente com a implantação dos testes rápidos de sífilis, ampliou-se a detecção de casos. Nos últimos anos tivemos uma melhoria da vigilância epidemiológica, com incremento de testagem e da notificação, fatores que devem ser considerados ao se analisar os dados de crescimento registrado da doença”.

A enfermidade é causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum e pode apresentar vários sintomas, que, geralmente, estão de acordo com a fase em que ela se encontra. “A sífilis primária aponta uma ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre 10 a 90 dias após o contágio. E normalmente não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha. Na sífilis sencundária, os sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização da ferida inicial, podem ocorrer manchas no corpo, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés, além de febrem mal-estar e dor de cabeça. Já na sífilis terciaria, costuma apresentar lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas e podendo levar à morte. Pode surgir de dois a 40 anos depois do início da infecção”, exemplifica Kátia.

Em qualquer suspeita, a pessoa deve realizar primeiramente o exame para diagnóstico, que pode ser através do teste rápido, realizado nas UBSs e/ou no laboratório da FUMSSAR. Confirmando o diagnóstico de sífilis, a pessoa deve se dirigir até seu posto de saúde para realizar uma consulta e receber o devido tratamento, bem como as demais orientações. “O tratamento é simples e gratuito. Disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde, de acordo com estágio da doença. É prescrita penicilina injetável que deve ser aplicada nos dias e intervalos recomendados para garantir o sucesso do tratamento”, instrui. A busca pelo tratamento é de extrema importância, porque, desse modo, a pessoa infectada não irá transmitir para terceiros e, por conseguinte, irá resultar na diminuição dos números de contaminados.

Ao analisar os dados da sífilis em Santa Rosa, nota-se que, nos últimos 6 anos (2012-2017), a faixa etária com maior incidência é a de 20 a 29 anos com 42% dos casos, seguida pela faixa etária dos 15 aos 19 anos (22 % dos casos). Dessa maneira, como todos já sabem, a forma mais simples de evitar a doença é através do uso correto e regular da camisinha, tanto feninina quanto masculina. Nos casos em gestantes, recomenda-se que faça um exame para sífilis durante o pré-natal para que não passe para o bebê.

Outro fator muito relevante é a precária ou inexistente educação sexual nas escolas. Falar sobre sexo e prevenção, sem dúvidas, contribuiria (e muito) para a redução, não só os casos de sífilis, como também outras DSTs. “Na minha opinião, não há prevenção sem informação. Hoje em dia, temos visto uma crescente banalização do sexo, e cada vez mais precoce. O papel da escola na conscientização dos jovens quanto às atitudes que interferem na sua própria saúde é de extrema importância, não excluindo o papel que a família tem, ou ao menos deveria de ter, neste diálogo sobre temas relacionados a sexualidade. Creio que a escola tem papel fundamental ao abordar este tema, de forma sistemática e constante, buscando um espaço de reflexão e conscientização, respeitando sempre os valores individuais”, conceitua e conclui Kátia Kaffka dos Reis.

Previous post

Placas de trânsito são danificadas frequentemente

Next post

Pontos históricos ganham identificação digital

No Comment

Leave a reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *