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A história da imigração gaúcha contada através da cana de açúcar e a cachaça

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(Quase) Todos os Segredos das Cachaças Gaúchas é o nome do livro impresso e digital que será lançado no próximo mês de abril, assinado pelos professores Antonio Silvio Hendges e Leomar De Bortoli, com uma pesquisa junto a 30 cachaçarias, museus e regiões produtivas gaúchas. Nesta semana, estiveram visitando as reconhecidas cachaçarias Pasieka [Alecrim] e a Maria João [Sta. Rosa] para conhecer o processo de destilação de ambas.

Esse projeto cultural, (Quase) Todos os Segredos das Cachaças Gaúchas, que conta com financiamento do Pró Cultura – Governo do Estado do RS e realização da Associação Atlanthica, pretende resgatar a história, características, madeiras, peculiaridades sensoriais, gastronomia, coquetelaria, variedade, métodos, principais produtores e marcas das cachaças de alambique do Rio Grande do Sul, reconhecidas e premiadas em eventos e concursos nacionais e internacionais como bebidas destiladas de excelência.

Segundo os pesquisadores, “o cultivo da cana de açúcar e a produção de cachaças foram fundamentais para a sobrevivência e a economia de diversas colônias de imigrantes açorianos, alemães, italianos e outros que se fixaram no território do Rio Grande do Sul, nos séculos XVIII e XIX”. Também a importância dos tropeiros na distribuição e trocas de mercadorias tendo a cachaça como moeda está sendo abordada no livro, em uma perspectiva fundamental do desenvolvimento histórico e econômico regional.

A agricultura familiar orgânica como método de produção será outro destaque, como um diferencial importante da qualidade das cachaças e bebidas destiladas no Rio Grande do Sul. A descrição dos produtores e principais marcas atuais têm como objetivo descrever o panorama da produção gaúcha de cachaças de qualidade, divulgar e incentivar o turismo personalizado nos alambiques e áreas de produção.

Os responsáveis pelas pesquisas e redação do livro (Quase) Todos os Segredos das Cachaças Gaúchas, Antonio Silvio Hendges e Leomar De Bortoli, são profundos estudiosos sobre a história e a produção da bebida. Hendges é biólogo, pós-graduado em Auditorias Ambientais, com formação em cursos de Ciência e Produção de Cachaças de Qualidade, Envelhecimento de Bebidas Destiladas, Master Blender e Multissensorial de Bebidas Destiladas, Mestre Alambiqueiro e editor do Blog RS no Alambique; De Bortoli é matemático e físico, mestre em Ensino de Ciências e Matemática, Master Blender e Multissensorial das Bebidas Destiladas e ex-presidente da Confraria Gaúcha da Cachaça.

Com o lançamento da publicação, em formato impresso e digital, previsto para o mês de abril, esse projeto cultural conta com os patrocínios da LNF – Latino Americana, Multimóveis, PCR Metal e RG Inox.

Curiosidades sobre a Cachaça e as Cachaçarias Gaúchas

Segundo o Instituto Brasileiro de Cachaça – IBRAC, a cachaça é o destilado mais consumido pelos brasileiros, presente em mais de 77 países, e um dos quatro destilados mais consumidos em todo mundo. Com 500 anos de história, também é o primeiro destilado das Américas e a primeira Indicação Geográfica do Brasil, ou seja, parte da identidade do Brasil. A bebida tem contribuído para o desenvolvimento do país, com toda sua relevância cultural, social e econômica, nas cinco regiões.

Dados de 2019 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, apontam que Poço das Antas e Santa Tereza são os municípios gaúchos que apresentam a maior densidade cachaceira, onde há um produtor de cachaça para cada 1.049 e 1.729 habitantes, respectivamente. Em relação ao número de marcas e registros, Ivoti é o município que se destaca no Estado, com 99 marcas e 32 registros.

Outro dado é o registro de estabelecimentos produtores de aguardente por município, onde Flores da Cunha é o único município que se destaca em nível nacional, com quatro registros (para que um produto possa ser produzido, não basta constar do registro do estabelecimento, há que ser registrado para que possa ser produzido e comercializado).

No Anuário da Cachaça 2020, quanto à produção de cachaças, o Rio Grande do Sul manteve a quinta posição com 43 (4,8%) dos estabelecimentos legalizados. No registro de produtos está na quarta colocação com 193 (6,32%) e em quarto lugar no registro de marcas com 295 (7,36%). O destaque fica para o município de Ivoti, principal polo produtor gaúcho, em sétimo lugar no registro de produtos por município com 32 (1,04%) e em terceiro lugar no registro de marcas com 99 (2,47%). Em relação ao número de produtores por habitantes, são 3,8 estabelecimentos registrados para cada milhão de gaúchos, atualmente em 11,377 milhões.

Quanto à produção de aguardentes, o Rio Grande do Sul continua na quarta posição com 30 (8,40%) dos estabelecimentos legalizados. No registro de produtos também está na quarta colocação com 49 (9,31%) e no quinto lugar no registro de marcas com 66 (9,29%). Os dados para aguardentes abrangem todas as matérias primas utilizadas, no entanto há uma concentração da produção de aguardentes de cana e mais de uma marca por registro de produto.

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