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Volto ao tema. Insisto. Me preocupo com o silêncio ensurdecedor em redor do tema. Mesmo neste período de eleições, parece que está tudo bem. O máximo que se ouve como propostas de candidatos é aumentar a dotação orçamentária para a área educacional. Senhores políticos, o Brasil só não investe mais do que a Finlândia, Suécia, Bélgica e Noruega. Mais do que a média de todos os países da OCDE, o equivalente a 5,6% do PIB. Aqueles países atingem o máximo de 4,4% do PIB. No entanto andamos mais devagar do que a segunda vinda de Cristo. Sábado, dia 25 deste mês, foi divulgado um dado estarrecedor pelo Banco Mundial sobre a educação de nossos filhos. A cada cinco alunos que chegam a oitava série, quatro não têm compreensão de textos. Não dominam as quatro operações de matemática. Isso é um desastre. Dados abundam. Não é por falta de aviso que nosso sistema de ensino está na lona. O senso escolar de 2021 nos informou que metade dos alunos concluem o Ensino Fundamental sem habilidades básicas para a leitura, não multiplicam, nem dividem. Esse vazio intelectual está embotando o entusiasmo dos alunos pela educação. Estão frustrados. E com eles os próprios pais.

Existem bons professores, capazes, vocacionados, conscientes de suas obrigações. Mas temos também gestores e professores ineptos nos três níveis de escolas, são um fracasso. Volta e meia nos referimos à evasão escolar. Uma das causas é o ensino pífio, desestimulador. Não estamos aqui fazendo uma discussão em torno do desmantelamento da escola mas de qualificá-la. Recuperá-la. É um direito dos pais esperarem o melhor da educação dos seus filhos. Pais não gostam que a escola de seus filhos atue sob prisma ideológico. Os pais de muitos alunos estão se sentindo desconfortáveis com o modelo atual de educação. Esperam mais resultados. Espera-se bastante da escola. Mas a educação é maior que a escola. Educação da qual fazem parte os próprios pais, independente da sua capacidade intelectual. A escola não detém a exclusividade do processo educacional mas tem enorme responsabilidade pela parte que lhe cabe.

Uma leitora e amiga me falava há dias, após trocar a escola do seu filho. —-Ele não está evoluindo. Não sabe ler, não sabe escrever, não tem noção de nada. Não sei o que está acontecendo. Não quero deixar meu filho doze anos numa escola aprendendo a passar no ENEM. E saiu com uma pérola. Se meu filho ficasse de férias três anos e depois voltasse para a escola, nada mudaria. Não tem a mínima noção de geografia, história, conhecimentos gerais.

Senhores gestores do meu país. Parem com tudo e repensem. As manchetes da semana se referem à necessidade de contratação de doze mil professores nas Universidades e nem sei quantos mil técnicos, construírem mais escolas técnicas, compra de vagas nas Faculdades particulares, criação de mais laboratórios, atingir a meta de 35% dos jovens nas Universidades….Mas e quanto a atingir minimamente a qualidade desse ensino? Alguém está pensando? Fazer uma avaliação regular desses professores? Adotar critérios de meritocracia? Vamos ser práticos. Em que condições as Universidades estão jogando milhares de formados no mercado de trabalho? Tem muita coisa boa mas tem muita abobrinha por aí!

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