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por Clóvis Medeiros

É um feriado religioso, mas até os ateus entram no clima. Comemora-se a ressurreição de Jesus Cristo, que teria rompido as lajes que o mantinham na sepultura e voltado à uma nova vida, três dias depois de ter sido assassinado. Daí atribuirmos a essa data um sentimento de renascimento, ressurgimento, renovação, recomeço. Mas o que o coelho tem a ver com isso? Falei com o João da bombacha, médico veterinário da Prefeitura Municipal. Informou a este entrevistador que uma coelha pode produzir até sessenta filhotes em oito partos no ano. Portanto, este animal representa a fertilidade, o nascimento, a vida, um novo tempo. No Brasil, a tradição de utilizar o coelho como representação da Páscoa surgiu na última década de 1600, trazida da Europa por imigrantes alemães. Na Europa a Páscoa ocorre no início da primavera, por coincidência, o período em que os coelhos saem das tocas, após um período de hibernação.

Ouvimos o termo Páscoa e associamos a ideia de um coelhinho que dá ovos de chocolate para as crianças. O ovo também surge de uma analogia criada pela imaginação dos homens. Porque a vida, dentro de um ovo é latente, está lá, mas é preciso romper a casca, o invólucro, para que a vida aconteça de fato, ocorra o renascimento. Como ocorreu com Jesus ao sair da tumba. Anos atrás, quando quem escreve este texto, era criança, as mães guardavam cascas de ovos de galinha, pintavam com tintas vegetais (urucum), enchiam de amendoim torrado, misturado com açúcar mascavo. Com “barba de pau” construíam um ninho que era escondido na casa, o qual deveríamos procurar, pela manhã do domingo de Páscoa. Acreditávamos que era o coelho que havia trazido os ovos para nós, sempre na calada da noite. Quanta emoção boa, quanta imaginação.

No mesmo domingo, para comemorar o renascimento de Cristo, lá em casa, morria uma galinha. Coitada! Ela que nem entendia de Páscoa ia parar na panela! Mas como no mundo os interesses comerciais predominam, muitas vezes acima dos interesses religiosos, os proprietários de confeitarias franceses resolveram inserir a tradição de consumir como matéria prima, o chocolate. Hoje os ovos de coelho já vêm recheados com chocolate. Todo o ritual da minha mãe já era! Coitada!

Por todas as partes do mundo existe a tradição de enfeitarmos nossas casas, as ruas das cidades, as praças, com motivos alusivos a data. Mas Tuparendi fez mais, muito mais. A cidade toda, trevos de acesso, ruas, avenidas, praças, estão enfeitadas. Coelhos por todo o lado, ninhos, cestos, árvores da praça ornamentadas. Cores por todos os lados. Tão lindo o espetáculo que foi notícia num Jornal do Almoço, em programas de rádios, nos jornais da região. Porque somos destaque. Porque existem cidades lindas, limpas, enfeitadas, mas, desculpem o nosso bairrismo, a nossa é um pouquinho mais, com todo o respeito. Isto porque temos as primeiras damas capitaneando um projeto paisagístico de embelezamento da cidade, desde o primeiro dia da atual administração. Essa operação é constante, não é apenas em datas festivas como Natal, Páscoa, Semana do Município ou outras. Nossa cidade está sempre bonita.

Há dias, um funcionário do Jornal Gazeta, o Pável, me perguntou: “Posso ir a qualquer hora visitar a praça de Tuparendi? Minha filha viu uma foto dos coelhinhos e está exigindo que o levemos lá. Estaremos indo domingo, com todos os familiares, oito a dez pessoas olhar de perto os arranjos da cidade. Estão comentando que está muito lindo!”.

A Márcia e a Regina, responsáveis pela mobilização de colaboradores que trabalham noite após noite produzindo arte, sim, arte, para oferecer o espetáculo, se dizem felizes com as visitas de todos. Tuparendienses ou vizinhos de outros municípios. Venham tomar um chimarrão com a gente.

Serão bem acolhidos!

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