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Não sei, mas pelo menos soube que está na UTI. Estamos assistindo hoje um noticiário com sequência de notícias pessimistas, com ênfase aos fatos ruins, tristes, negativos. Qualquer estudante do primeiro anos de psicologia sabe que isso provoca desânimo, estresse, cansaço no ouvinte ou leitor. Não dá para fingir que as coisas ruins não acontecem mas e possível contrabalançar a pauta com fatos que mostrem a beleza da vida, ações humanitárias, gestos que fazem nosso coração bater mais forte. Chega de clima de desesperança. Ouvimos ou lemos, enfadonhamente, sobre marido que matou a mulher na frente das crianças, polícia invade o Morro do Alemão e deixa doze mortos, marido vai armado à casa do amante da sua mulher e dispara três tiros de revólver calibre 22. Seu desafeto consegue sacar seu revólver 38 e dispara contra seu agressor, matando-o na hora. Policial mata a própria irmã com arma da corporação, na qual trabalhava. Médico estupra paciente por nove minutos durante cesariana. Há três anos ouvimos falar da Covid-19, diariamente, número de mortos, cenas de caixões, valas, familiares chorando. Era insuportável ligar a TV na hora da notícia.

Com 73 anos nunca tinha visto um “jornalismo” com tanta obsessão por noticiar fatos negativos. Nunca tinha presenciado tanta insensibilidade, tanta falta de respeito ao seu público. É preciso espaço para boas notícias. Elas também existem. A imprensa tem que entender que o sucesso dos noticiários começa pelo leitor, pelo ouvinte. Ele é a peça chave da edição. Mas parece que eles estão falando para outros jornalistas ou para seus chefes da redação. Esquecem que é o povo que aceita ou repudia seus programas. Esqueçam suas vaidades, suas pretensões.

Um bom jornalista não subordina um relato honesto à coerência ideológica ou ao ativismo político. Não trabalha para grupos que aspiram o poder em troca de benesses, patrocínios. Mesmo que enfrentem fragilidades econômicas. O bom jornalista deve estar do lado da verdade. Não pode esquecer que tendências a favorecer um lado político pode agradar a uma parcela da população, outra não. Se quiser fazer política seu lugar não é num canal de TV ou numa redação de jornal. Vá trabalhar na Coordenação de Campanha de algum Comitê partidário. Não misture as coisas. Evite bizarrices. Vejamos. Nos dias sete de Setembro do ano passado, assim como em 29 de Maio deste anos as manifestações populares foram os assuntos mais importantes que os principais jornais e TV,s do Brasil acharam para colocar em pauta. O jornalismo nacional se tornou ridículo. Reduziram tanto o número aproximado de participantes que a credibilidade, já bastante abalada, foi literalmente para o espaço. Essa é má prática jornalística. Com fatos como esses, não é apenas o bom jornalismo que morre um pouco mais; é a própria democracia. Além de, isso sim, ser fake news. Mentira é ameaçca à Democracia. Sejam fiéis à verdade.

Os atores do jornalismo nacional precisam fazer uma autocrítica corajosa. (duvido). Leiam o Manual das Boas Práticas do jornalismo. Seguindo como está, o leitor/ouvinte perde em conteúdo e vocês perdem em credibilidade. Existe o bom e o mau jornalismo. Optem pelo primeiro. Tenham humildade. Lembrei que li sobre um navegador português, Nuno da Cunha. No século XV navegava em mar revolto, em plena tempestade, quando o piloto da nau o advertiu que se não mudassem o rumo, bateriam num rochedo e naufragariam. Nuno ficou furioso com a advertência e disse: —Sou Nuno da Cunha. Não me desvio dos rumos que traço. Que se desvie o rochedo. Naufragaram!

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