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Com o recesso nos campeonatos, assuntos do Grêmio são escassos. Nos resta iniciar alguns contos e fatos da nossa vida esportiva. Década de 90, um grupo de amigos gremistas, com alguma exceção, cria um time de futebol sete, nome artístico era o “Kako Véio”, uma mistura de velhos craques do passado. Após algumas partidas amistosas vieram os campeonatos de clubes sociais, campeonato municipal e regional, sempre disputando os primeiros lugares. Com isso, o time foi conquistando seu espaço e surgindo alguns torcedores. No caso específico um torcedor do clube, mesmo morando além-mar, condicionava suas férias e acompanhava-nos nos jogos festivos.

Foi num determinado ano, em 1996, em que esse torcedor, morador de Barcelona, Espanha, após uma confraternização num belo churrasco no clube Caça e Pesca, nos fez um convite um tanto impossível de se realizar, mas ouvimos a proposta. Queria levar o nosso time para jogar na Espanha. Com o efeito do sabor de algumas cervejas, prontamente concordamos com a proposta desafiadora, o que para uns era apenas coisa da nossa imaginação, foi materializando e num ímpeto foi marcada a data para a dita excursão ao primeiro mundo. Data da partida, junho de 1998, coincidindo com a Copa do Mundo no mês de julho na França. Data confirmada, teríamos dois anos para nos programarmos e arrumar verbas para a dita aventura. Os anos se passaram e o sonho da viagem se materializando, os jogos pré acertados e local de concentração determinado.

Alugamos um apartamento na cidade de Sitges, cidade litorânea ao lado ou pelos arredores de Barcelona. A partir desta, fomos formando o grupo que partiria nesta expedição: goleiro Danilo Kruger, e os demais atletas, Rafael Batista, Mauricio Coas, Paulo Roberto Quevedo, Adonis Schmorantz, Pias, Zimmermann, Marco Antônio Krieger e o treinador de mentirinha, o famoso Tio. Equipe formada e viagem contratada, passagens, hospedagem e jogos confirmados, assim se deu a viagem, saída Porto Alegre até Rio de Janeiro, após, um vôo direto até Madrid, capital da Espanha, onde partimos rumo a Barcelona. Na chegada à Barcelona tomamos rumo à cidade balneária de Sitges, nos acomodamos no apartamento, previamente locado e organizado para fazer dele o QG. Devidamente instalados, descansamos um dia todo, aproveitamos a praia e fizemos o reconhecimento da cidade. No dia seguinte fomos à Barcelona de trem, tínhamos o primeiro compromisso, um jogo contra o time de uma universidade da cidade.

Lá tivemos a oportunidade de jogar pela primeira vez num campo de grama sintética. Embora o fuso horário ainda nos perturbava, fomos para o confronto, um pouco ressabiados, o medo e a adaptação ao piso, nosso time se superou. Primeiros minutos difíceis, mas a qualidade dos atletas se superou e vencemos a primeira partida. A partir daí a autoconfiança nos ajudou, vieram outros jogos onde logramos êxito. Alguns dias se passaram, após uma reunião entre os amigos, tomamos rumos diferentes, uma parte foi de trem para a Itália e nós (Mauricio, Danilo, Adonis e Rafael), alugamos um carro e partimos direto para França, com um percurso de 1.200 km aproximadamente, pernoitamos no caminho e no dia seguinte ao amanhecer chegamos na cidade de Paris. Na euforia tomamos o destino ao centro da cidade e, acompanhando o rio Sena, fomos até a Torre Eiffel, referência 1ª, pois é vista da estrada que dá acesso à capital francesa. Nós completamente sem destino certo, paramos nas proximidades da Torre.

Carro estacionado, retornamos a pé uma quadra, chegando na avenida principal, ouvimos música em alto falantes e um francês narrando uma festa, a Adidas, patrocinadora da Copa na França, havia fechado uma praça ao lado da Torre e estava promovendo um torneio entre as torcidas participantes da Copa. Resolvemos entrar e visitar, enquanto olhávamos um estande de bijuterias relativo ao evento, o goleiro Danilo se antecipou e foi verificar o que de fato acontecia, e num ímpeto, fez a inscrição do “Kako Véio” no evento.

Torneio de futebol 4 sem goleiro só poderia fazer gols dentro da área, num campo sintético. Desafio feito, fui logo dizendo que não teria condições de jogar, um menino que estava por perto ouviu nossa conversa e prontamente se ofereceu para jogar no meu lugar. Proposta aceita, o menino tinha uns 12 anos e era filho de um argentino casado com uma brasileira e moravam na cidade de Florianópolis. Assim começa o desafio, primeiro jogo foi contra Nigéria, partida vencida com facilidade. Quem vencia permanecia, e assim foram se sucedendo com vitórias, em seguida vieram Alemanha, Espanha, Itália, Uruguai, Argentina e México. Num feito heróico, o promoter (um professor de educação física) com seu microfone anunciou…. Kako Veiuuuu…..invencible.

Eu e o pai do menino, fomos privilegiados em assistir essa bela exibição do “Kako Véio”. Esse foi um feito raro, representamos o Brasil e vimos o time se sagrar Campeão Mundial de futebol quatro, entre torcedores da Copa na França. Isso não foi um sonho, isso realmente aconteceu! Seria, com certeza, matéria para o Globo Esporte.

Quanto ao resto da viagem, dispensa comentários, o melhor eu contei!

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